Houve muito poucos momentos na história da arquitectura em que um único edifício tenha assinalado uma viragem na direcção futura da disciplina, como a Galeria de Arte da Universidade de Yale, de 1953, em que marcou a chegada da monumentalidade à arquitectura moderna americana.
Historicamente o pensamento arquitectónico crítico pode ser dividido em duas características simples; uma que promove, refina e implementa a retórica anterior, e outra que representa a ruptura com a ideologia corrente, resultando num trabalho mais inventivo que estabelece um novo rumo na pedagogia e prática da arquitectura, como é o caso de kahn que se tornou um dos mais importantes arquitectos americanos do século XX desde F.L.Wright.
Kahn nunca chegou verdadeiramente a fazer parte da corrente estética principal do Estilo internacional, muito impulsionada pela presença de Gropius e Mies Van der Rohe na América, em vez disso adoptou precedentes históricos para instaurar um novo modelo ideológico arquitectónico, de acordo com os seus ensinamentos nas Belas Artes, em que valorizava a compreensão das proporções clássicas e o sentido da história europeia desde a antiguidade clássica, demonstrando que o passado pode ser uma base de novas explorações, sem que se cai-se no ridículo do historicismo.
Este rumo era antagónico com o preconizado pelo Estilo Internacional, como defendeu Lewis Mumford em The Culture of Cities "Se é um monumento não é moderno, e se é moderno não pode ser um monumento" , abrindo-se assim um vivo debate de arquitectura, cujas mais importantes dissertações a favor do estilo internacional, foram as de Siegfried Giedion,"Nine points on monumentality", ou "New Architecture and city planning" de Leger e Sert.
Kahn no seu ensaio "Monumentality", aborda os aspectos mais intepretativos, introspectivos e espirituais da monumentalidade, abrangendo o passado para descobrir as possibilidades do futuro. " Nenhum arquitecto pode reconstruir uma catedral de outra época, envolvendo os desejos, as aspirações, o amor e o ódio das pessoas que deixaram essa herança. Por isso, as imagens que temos perante nós de estruturas monumentais do passado não podem voltar a viver com a mesma intensidade e sentido. A sua fiel duplicação é irreconciliável. Mas não nos atrevemos a eliminar as lições que estes edifícios dão, uma vez que possuem as características comuns de grandeza na qual os edifícios do nosso futuro se devem, num sentido ou noutro, basear."
Este conflicto gerou um percurso turtuoso em muitos arquitectos, mas ímpar em Louis Kahn, como refere Lewis Curtis, que o trabalho de Kahn sugere "uma nova direcção para a arquitectura moderna americana", que pode abranger o passado para gerar uma nova ideologia arquitectónica, que pode atingir a monumentalidade quando desejado.
"O mestre da monumentalidade era sem dúvida Kahn que desenvolveu uma filosofia e um sistema de formas extraordinariamente adequados à expressão de temas e estados de espiríto honorifícos, sendo capaz de lidar com probelmas de grande escala sem degenerar numa abordagem "aditiva" ou numa grandiosidade exagerada, o que lhe permitia evitar a mera criação de formas dos formalistas."
Um dos melhores exemplos é a Galeria de Arte da Universidade de Yale, em que o desenho é composto por formas geométricas puras na sua composição estrutural, em que as características espaciais resultantes ainda que contemporaneas, contextualizam a extensão no cenário da estrutura vitoriana à qual estava anexada.
Esta divergência, entre o estilo internacional, mais funcionalista e tecnológico, e o estilo mais monumental que Kahn preconiza, acaba por ser gerador de novas formas de pensamento, como o Archigram ou o Metabolismo, característicos da década de 60, onde a ideia de multiplicidade e monumentalidade origina megaestruturas que criticavam e escarnciam de doutrina modernista da "forma segue a função."
A volumetria repetitiva, a hipergeometria e a monumentalidade tornaram-se os pilares onde assentava uma arquitectura que procura a intemporalidade, no uso de formas euclidianas mas que desafiam a normativa, com as grandes aberturas em círculos ou triângulos, construído em materiais simples e métodos de construção puros, como é exemplo as construções em tijolo ou betão.
Nascido na Estónia em 1901, e emigrado para os Estado Unidos aos 3 anos, acabou por falecer com um ataque cardíaco aos 73 anos numa casa de banho na estação da Pennsylvania em Nova Iorque. A sua morada estava rasurada no passaporte tendo sido dado por sem-abrigo durante 3 dias, até que o seu escritório o encontrou.
Historicamente o pensamento arquitectónico crítico pode ser dividido em duas características simples; uma que promove, refina e implementa a retórica anterior, e outra que representa a ruptura com a ideologia corrente, resultando num trabalho mais inventivo que estabelece um novo rumo na pedagogia e prática da arquitectura, como é o caso de kahn que se tornou um dos mais importantes arquitectos americanos do século XX desde F.L.Wright.
Kahn nunca chegou verdadeiramente a fazer parte da corrente estética principal do Estilo internacional, muito impulsionada pela presença de Gropius e Mies Van der Rohe na América, em vez disso adoptou precedentes históricos para instaurar um novo modelo ideológico arquitectónico, de acordo com os seus ensinamentos nas Belas Artes, em que valorizava a compreensão das proporções clássicas e o sentido da história europeia desde a antiguidade clássica, demonstrando que o passado pode ser uma base de novas explorações, sem que se cai-se no ridículo do historicismo.
Este rumo era antagónico com o preconizado pelo Estilo Internacional, como defendeu Lewis Mumford em The Culture of Cities "Se é um monumento não é moderno, e se é moderno não pode ser um monumento" , abrindo-se assim um vivo debate de arquitectura, cujas mais importantes dissertações a favor do estilo internacional, foram as de Siegfried Giedion,"Nine points on monumentality", ou "New Architecture and city planning" de Leger e Sert.
Kahn no seu ensaio "Monumentality", aborda os aspectos mais intepretativos, introspectivos e espirituais da monumentalidade, abrangendo o passado para descobrir as possibilidades do futuro. " Nenhum arquitecto pode reconstruir uma catedral de outra época, envolvendo os desejos, as aspirações, o amor e o ódio das pessoas que deixaram essa herança. Por isso, as imagens que temos perante nós de estruturas monumentais do passado não podem voltar a viver com a mesma intensidade e sentido. A sua fiel duplicação é irreconciliável. Mas não nos atrevemos a eliminar as lições que estes edifícios dão, uma vez que possuem as características comuns de grandeza na qual os edifícios do nosso futuro se devem, num sentido ou noutro, basear."
Este conflicto gerou um percurso turtuoso em muitos arquitectos, mas ímpar em Louis Kahn, como refere Lewis Curtis, que o trabalho de Kahn sugere "uma nova direcção para a arquitectura moderna americana", que pode abranger o passado para gerar uma nova ideologia arquitectónica, que pode atingir a monumentalidade quando desejado.
"O mestre da monumentalidade era sem dúvida Kahn que desenvolveu uma filosofia e um sistema de formas extraordinariamente adequados à expressão de temas e estados de espiríto honorifícos, sendo capaz de lidar com probelmas de grande escala sem degenerar numa abordagem "aditiva" ou numa grandiosidade exagerada, o que lhe permitia evitar a mera criação de formas dos formalistas."
Um dos melhores exemplos é a Galeria de Arte da Universidade de Yale, em que o desenho é composto por formas geométricas puras na sua composição estrutural, em que as características espaciais resultantes ainda que contemporaneas, contextualizam a extensão no cenário da estrutura vitoriana à qual estava anexada.
Esta divergência, entre o estilo internacional, mais funcionalista e tecnológico, e o estilo mais monumental que Kahn preconiza, acaba por ser gerador de novas formas de pensamento, como o Archigram ou o Metabolismo, característicos da década de 60, onde a ideia de multiplicidade e monumentalidade origina megaestruturas que criticavam e escarnciam de doutrina modernista da "forma segue a função."
A volumetria repetitiva, a hipergeometria e a monumentalidade tornaram-se os pilares onde assentava uma arquitectura que procura a intemporalidade, no uso de formas euclidianas mas que desafiam a normativa, com as grandes aberturas em círculos ou triângulos, construído em materiais simples e métodos de construção puros, como é exemplo as construções em tijolo ou betão.
Nascido na Estónia em 1901, e emigrado para os Estado Unidos aos 3 anos, acabou por falecer com um ataque cardíaco aos 73 anos numa casa de banho na estação da Pennsylvania em Nova Iorque. A sua morada estava rasurada no passaporte tendo sido dado por sem-abrigo durante 3 dias, até que o seu escritório o encontrou.
Baseado no livro de Joseph Rosa